Avaliador de Pensamento Crítico

O Avaliador de Pensamento Crítico é um avaliador "temático", à semelhança do Avaliador da Atenção dos Ouvintes ou do Avaliador de Linguagem Corporal - estes focam-se num e apenas num tipo específico de feedback para todos os membros que falam durante a reunião. Esta função de avaliador é muito especial porque - ao contrário de outros avaliadores que se focam exclusivamente na apresentação - esta foca-se exclusivamente no conteúdo.

Poderás dizer que, partindo do artigo sobre Os Três Pilares Para Falar em Público, esta função de avaliador é dedicada a avaliar a parte Logos dos discursos.

Como Avaliador do Pensamento Crítico da reunião, verificas e dás feedback sobre o quão consistentes, convincentes e lógicos foram os argumentos do orador.

Aqui ficam algumas das tuas tarefas:

  • Algum dos argumentos partiu de premissas que podem ser questionáveis?
  • Houve algum argumento baseado em generalizações exageradas? Este é um erro surpreendentemente frequente, cometido por oradores profissionais, sobretudo quando tentam ganhar a simpatia do público e tem origem, normalmente, nos seus estereótipos.
    Por exemplo, um orador de Austin, Texas, pensou que seria uma boa ideia começar com um
    "Eu sei que todos gostam de uma boa arma de fogo"
    e rapidamente descobriu o quão errado isso estava com aquele público.
  • Houve alguma falácia lógica?

    Especialmente na parte sobre as falácias, deves familiarizar-te com o Percurso de Pensamento Crítico e o catálogo das falácias mais comuns que as pessoas usam. Aqui ficam alguns recursos que podes utilizar.

(c) John Cook ( https://twitter.com/johnfocook )
(c) John Cook ( https://twitter.com/johnfocook )

 

  • Houve dados suficientes ou outro tipo de provas apresentadas para sustentar os argumentos que o orador estava a proferir? Foi convincente? Estavam claramente visíveis? Houve algumas estatísticas enganadoras?

    Tal como nas falácias, é uma boa ideia familiarizares-te com algumas das técnicas de manipulação de dados mais comuns:

  • A linguagem utilizada pelo orador não continha palavreado técnico ou palavras difíceis, para que todo o público percebesse?
     
  • Foram apresentados factos verdadeiros e exatos? Repara que o nível de escrutínio que deves aplicar depende do nível do orador. É normal que alguém que esteja mesmo a começar não conheça o autor de uma determinada frase ou uma data específica. Porém, à medida que os oradores progridem no Percurso Educacional e especialmente quando prosseguem para os mais Avançados, estes erros deixam de ser admissíveis. No fim de contas, na vida real, se alguém na TV ou na rádio disser mal a data da Revolução em Portugal, cobrir-se-á de ridículo.
Fake Quote

 

Não é suposto seres uma enciclopédia andante para verificar os factos apresentados por um orador. Deves, contudo, apontar quaisquer factos significativos que os oradores mencionem e verificá-los online.

Quando assumires esta função, vais verificar que é muito comum os oradores que recebem os teus reparos começarem com explicações defensivas. Deves refrear-te e evitar entrar em debate com eles, muito menos sobre os méritos dos próprios argumentos. Lembra-te sempre que se achares algum argumento pouco convincente e algumas das conclusões lógicas exageradas, provavelmente não serás o único do público a sentir da mesma forma. Se persistirem em interromper-te, deves relembrá-los das regras da avaliação.

É desnecessário dizer algo sobre cada orador (e normalmente, não tens tempo suficiente para isso, de qualquer forma). Foca-te exclusivamente nos argumentos de que gostaste mais e nos erros mais clamorosos.

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